terça-feira, 26 de julho de 2011

Vovó, feliz dia das avós!



Te amo muuuuito ♥





Apelo ao bom senso

O tabagismo é uma toxicomania caracterizada pela dependência física e psicológica do consumo de nicotina, substância presente no tabaco (cigarro).Segundo o Ministério da Saúde brasileiro, os cigarros contém cerca de 4.720 substâncias tóxicas, sendo uma delas, a nicotina, responsável pela dependência.
Você sabia...
• Que as doenças ocasionadas pelo consumo de tabaco matam 3 milhões de pessoas no mundo anualmente, e esse número é maior do que a soma das mortes por AIDS, cocaína, heroína, álcool, suicídios e acidentes de trânsito.
• No Brasil, estima-se que cerca de 200 mil mortes por ano são decorrentes do tabagismo. A proporção de fumantes no país é de 23,9% da população.
• Cerca de 90% dos fumantes tornam-se dependentes da nicotina entre os 5 e os 19 anos de idade. Há 2,8 milhões de fumantes nessa faixa etária, mas a maior concentração de fumantes está na faixa etária de 20 a 49 anos.
• A região Sul do país é a que apresenta maior proporção de dependentes - 42% dos habitantes, enquanto no Nordeste são 31%. Os moradores da zona rural também fumam mais que os das zonas urbanas.
• O fumo é responsável por 95% dos casos de câncer de boca; 90% das inflamações de mama; 80% da incidência de câncer no pulmão; por 97% dos casos de câncer da laringe; 50% dos casos de câncer de pele; 45% das mortes por doença coronariana (infarto do miocárdio) e também 25% das mortes por doença vascular-cerebral (derrames cerebrais).
• O Brasil é o maior exportador e quarto maior produtor mundial de tabaco - depois apenas da China, EUA e Índia.


Que tal parar de fumar?

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Indescritível

Conto: Tarde demais

Era um dia chuvoso, nublado, o típico clima frio úmido e constante de Londres. Ao raiar do dia duas pessoas conversavam ao telefone, confirmando o encontro entre o quarto e o quinto poste da London Brigde às 00h34 do dia seguinte. Nesse intervalo, a cidade congelou. Todos estavam no acolher de suas casas em pleno domingo de outono, como se pressentissem que algo estaria a acontecer. Um dos comparsas pensou duas vezes antes de fazer o que planejava, mas não deixou que o medo e o possível arrependimento o impedisse de se vingar do que havia o colocado esse sentimento dentro dele.
Foi a casa de sua mãe a procura de respostas, esclarecimentos, e de dizer adeus a única pessoa que salvava sua vida de ser vazia. Por um momento hesitou em realizar sua tarefa. Enquanto conversava com a mulher que lhe dera a vida e que claramente lhe ama muito, começou a se consumir pela culpa, mas era tarde demais para desistir de tudo, ele estava a apenas um passo de se realizar, de se sentir justiçado ao menos uma vez.
Ele e sua mãe fizeram uma retrospectiva, ao começar por quando seu pai lhe separou de sua mãe, e abusava dele, sexualmente, moralmente. Ainda um garoto trabalhava por sua própria comida, era maltratado, judiado e então desde criança se tornou uma pessoa amargurada, que não conseguia ver bondade ou beleza no mundo. Carregava consigo uma única foto que tinha de sua mãe e sem mesmo conhece-la rezava por encontra-la e quando o fizesse, que ela ainda o amasse mesmo depois do que ele iria fazer para mudar sua situação. Com a foto em uma mão e o punhal em outra, tirou a vida da pessoa que tanto odiava. No meio da noite matou seu pai e saiu correndo daquele lugar horrível. Procurava por sua mãe, mas até encontra-la passou por muitas dificuldades, fome, frio, as cicatrizes guardavam cada agonia, cada lágrima derramada pela falta de escrúpulos do pai. Era ríspido e deselegante com tudo e com todos, ainda mais depois que fora preso por derramar muito sangue com sua intolerância.
Quando encontrou sua mãe já quase não falava, seus hábitos eram facilmente comparados com os de um animal, mas a foto, ainda a guardava em seu bolso. O encontro fora provavelmente o único momento que lhe valera a pena. Mesmo após o encontro era uma adolescente diferente dos demais. Havia sofrido muito e a sociedade com seus preconceitos e discriminações não ajudava a se tornar uma pessoa melhor.
Mas além dos tempos difíceis, mãe e filho, ali sentados, naquela estranha situação conseguiram encontrar uma pequena medida de paz em poucos momentos de alegrias e risadas que os dois passaram juntos.
Novamente a dúvida lhe consumia. E acima de tudo, não gostaria que sua mãe presenciasse a desgraça que ira proporcionar em troca de justiça. De repente, o filho com muita rispidez mandou que sua mãe fizesse o que ele dissesse sem pestanejar. Mandou que ela fosse para a cidade próxima e se acomodasse na casa de sua irmã, disse também que não queria perguntas. A mãe chorando, já sabia do que o filho era capaz. Não quis discutir. Sabia que seu filho não era uma pessoa ruim, fora a vida que somente lhe mostrara seu lado escuro, e se agora chegara a esta conclusão é porque não lhe restavam opções. Arrumou sua humilde trouxa de poucas roupas e uma escova de dente, e fez o que lhe foi mandado. Aos prantos, agarrou o filho nos braços e disse-lhe ao pé do ouvido que lhe amaria não importa o que aconteça.
Com muito custo se despediram. Eram 21h20 e ainda tinha uma última coisa a fazer. Chegou em casa e seu preparou para as 150 chibatadas em suas costas nua. O sofrimento era enorme, mas era uma castigo justo para o que causaria. Enquanto se mutilava, pensava na palavra justo. Nem largo nem apertado, nem quente nem frio, nem bom nem ruim, justo. A medida mediana, o termo médio. Uma pequena esperança de servir a todos na mesma proporção, sem nenhuma discriminação, é o mesmo para o rico e para o pobre, o mesmo para o feio e o bonito, o mesmo para o certo e o errado, o justo.
Ao acabar, as costas sangrentas ardiam, mas já havia se acostumado com a dor, era este o principal castigo que seu pai lhe dava, e desde o assassinato do pai, criara o hábito de se punir por seus atos. Tomou um banho, e com a água batendo em seus ombros para limpar o local, se sentiu determinado. Arrumou-se e saiu de casa.
Sua respiração era rápida e inconstante. Esperava pelo companheiro no lugar combinado. Checou o relógio, 00h32, avistou o companheiro, sua pontualidade britânica o impedira de atrasar. Uma pessoa se aproximou, ambos tentaram o espantar dali com palavrões e pontapés. O pobre e inocente desconhecido saiu correndo gritando a polícia, mal sabia ele que mesmo que fosse atendido, seria tarde demais. Os comparsas se entreolharam, estavam nervosos, as mãos suavam. Nosso protagonista percebera que havia se tornado o que mais temia: seu pai.
Tudo fora rápido demais. O disparo é dado. A ponte vai por água a baixo, assim como tudo que estava a sua volta. Acabou. Tudo havia acabado.
As investigações eram inúteis, a população abalada passara os próximos dias refletindo sobre aquele pequeno grande ato de dois desconhecidos, por razões desconhecidas, com uma motivação única: se rebelar contra atitudes egoístas e desrespeitosas.
Alguns os julgaram como rebeldes, outros como delinquentes, outros como justos, loucos, psicopatas... Mas aquela mãe assustada e compreensível ainda o considerava seu filho.

domingo, 5 de junho de 2011

Ensaios

A humanidade vem passando por inúmeras mudanças, e nós aprendemos a lidar com elas. Há muitos anos, a invenção da imprensa permitiu, aos poucos, o acesso a textos e livros da época, possibilitando a livre interpretação destes, isto é, a independência das imposições católicas. Após este grande avanço, o hábito de ler um livro se tornara mais frequente. Grandes escritores deixaram sua contribuição para a literatura, de acordo com os padrões de suas épocas. Os modelos e as tendências artístico-literárias foram modelados e hoje são estudadas em todo o mundo.
Se não fosse por eles, haveriam muitas lacunas em nossa história e grandes buracos em nossa cultura. Mas e agora? Com esta geração atual deixará seu legado para as próximas? A cada dia que passa perdemos mais o costume de escrever, de apontar um lápis ou afastar as lasquinhas de borracha. Pior que isto, é nem mesmo lembrar em qual prateleira estará os livros empoeirados. O uso do papel está diminuindo. As enciclopédias há muito já foram substituídas pelo Google, e os diários pessoais por blogs e pelo Twitter. E qual será o destino das incríveis histórias que guardam os livros?
O cinema é uma boa alternativa. Muitos livros já viraram filmes e possibilitaram alguns preguiçosos de conhecerem suas tramas. Mas até quando o escurinho, a telona e a pipoca do cinema substituirão o prazer de, sentados à rede, página após páginas, desvendar os mistério que esperam as próximas palavras? A leitura de um livro promove sabores, sons, imagens, cheiros, jamais conhecidos, que cada um cria o que lhe for mais conveniente, ou menos.
Nada exercita mais o nosso cérebro do que a imaginação. Criar situações novas, ensaiar diálogos, desenhar cenários, compor a trilha sonora, preparar novas receitas. E então nos transportamos para esse novo mundo e atuamos como nosso personagem favorito. Por mais que os filmes façam sucesso, não será fácil vencer os livros e tudo o que eles nos proporcionam. Embora vazias, as bibliotecas continuaram a existir, embora empeirados, os livros não irão se desfazer, estando sempre prontos para que em um dia chuvoso alguém os encontrem e ressuscitem suas histórias fantásticas.

sábado, 4 de junho de 2011

Definição:

Poesia é o conjunto de significantes e significados que harmonicamente constituem uma produção quase unicamente conotativa; e seu resultado final é algo que vai além do palpável. Uma poesia exige, requer a utilização de todos os nossos sentidos, que são interligados pela nossa capacidade imaginativa.

sábado, 30 de abril de 2011

Inocente silêncio

Quero dormir, mas não consigo.
Não quero chorar, mas a as lágrimas são involuntárias.
Quero gritar, mas ninguém pode me ouvir.
Não quero falar, mas as palavras parecem ser as únicas que me entendem.

Quero silêncio, mas não quero solidão.

Quero pular sem me sentir presa ao chão,
Mas não quero voar, somente flutuar sob os pontos de luz que me sustentam.
Quero que o céu seja um sonho, mas as estrelas, reais.

Quero silêncio, mas não quero solidão.

Não quero ter medo, mas quero alguém que me proteja.
Quero ter consciência, porém quero saber perde-la em certos momentos.
Quero ter razão, mas quero alguém que me diga que estou errada.
Quero ajuda, mas me casei de caridade.
Não quero ser dependente, mas não quero fazer minhas vontades.

Não quero a verdade, quero o possível.
Quero silêncio mas não quero solidão.

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A Bailarina



Tão linda a bailarina
Gira gira sem parar,
Se equilibra na pontinha
Na pontinha tonrna a girar

Os braços flutuando
Desenham no ar
Círculos, quadrados, triângulos
Estrelas e corações que não podem faltar

Seus dedos colorem
De vermelho, verde, azul anil
Seu sorriso convida todos a também pintar
Junto com ela
As partituras daquela melodia gentil

O cenário ao fundo
Nos faz viajar
E por um instante
Me esqueço de respirar

A purpurina é a neve
De um país tropical
É a chuva de um temporal
Ou então confetes
Daquele animado carnaval

A bailarina, quão delicada ela é
Dá duas piruetas na pontinha
Bem ali na pontinha do pé

A bailarina dança, balança
Não descança
E eu quietinha na plateia
Sinto os olhos molhados
Começo a chorar

É como um sonho lindo
Do qual não quero acordar

A bailarina me roubou um sorriso
uma lágrima, um suspiro
Roubou de mim tudo isso
E com tudo isso ela vai ficar
Não lhe peço nada em troca
Somente que me permita lhe ver dançar!



Em homenagem a minha grande amiga, minha querida bailarina particular; um anjinho que um dia cruzou meu caminho; uma borboleta ropiando no ar; uma joaninha que ao pousar na minha mão me trouxe sorte: trouxe a si mesma para me alegrar.


Mari, te amo ♥

Conto: Azul

Bruna Martins

O céu. O mar. Palmeiras, arbustos, pedras, areia. O assobio dos pássaros, do vento, o som das ondas. O gosto salgado do ar que respiro. Corro, encontro um bote, mas não vejo ninguém. Corro. Corro e retorno ao mesmo lugar. Grito, espanto os animais próximos, e meu eco me responde que estou só. Assento à sombra de uma palmeira, pedindo para que se isso for um sonho, eu possa acordar logo.
Fico ali parada, me perco em meus pensamentos de como fui parar ali, e como posso me salvar. Até que o sol escaldante me alcança, minha sombra se vai, forço os olhos para mantê-los abertos. Se eu ainda tenho esperanças e viver e finalizar meus sonhos e desejos que deixei incompletos do outro lado do oceano, é este o memento de me levantar.
Sinto a boca seca e o estômago vazio. Mas não há nada que eu possa comer. Apalpo os bolsos na esperança de encontrar algo que possa me ajudar. Encontro um elástico, uma gominha, fico com raiva, desapontada, descrente, mas a coloco no braço e volto a procurar. O segundo item é um canivete, pulo de alegria, é até difícil de acreditar, e ao olhar mais atentamente para as facas encontro algo gravado: “Cruzeiros Mar A Mar”.
E então me lembro de tudo... A festa na proa do navio, as músicas, as danças, crianças brincando, e acima de nos o céu mais estralado que já vi. E o mar, tão calmo, tão belo, tão sereno. Todos estavam celebrando quando um pé do meu brinco deslizou em meu vestido, caindo ao chão. Abaixei-me para pega-lo. Mas ao me levantar todos haviam se calado. A música tocava ao fundo mas ninguém se movia. Os corpos começaram a cair, divididos pelas metades. Somente eu e duas crianças estávamos de pé. Olhei em volta e compreendi a situação. Um cabo de aço havia se soltado, e com muita força e velocidade passou por todos os passageiros, cortando-os logo acima da cintura. Desesperada, procurei por alguém que assim como eu havia sobrevivido. Mas aquelas duas crianças chorosas e assustadas eram as únicas. O cabo danificou a cabine e impedira o barco de se direcionar. Precisava sair dali. Peguei as crianças ao colo e entrei em um bote salva-vidas que ainda estava inteiro.
Agora choro pela tragédia. E as duas crianças? Onde estão? Corro pela ilha novamente tentando encontra-los, mas não vejo ninguém. Meu estômago doí. Ainda chorando tento me focar em sobreviver. Sem muitas esperanças, já que à minha volta vejo somente os mesmos tons de azul. A fome já controlara meus passos me guiando para o primeiro pé de banana que vejo pela frente, e mesmo com os frutos ainda verdes, após comer cinco ou seis com voracidade, colho o máximo que posso carregar.
E já satisfeita, com um lindo por do sol tento dormir. Mas não consigo, tenho medo de adormecer. Tento me lembrar de algo mais, rezo para que as crianças estejam bem, mas sei que as chances são mínimas. Já impaciente volto a apalpar os bolsos. E encontro para minha surpresa uma caixa de fósforos com poucos palitos. Acendo uma fogueira e deito-me junta ao fogo, observando a imensidão de estralas no céu, e escutando o ritmado som das ondas colidindo contra as pedras e a areia. Até que o cansaço vence meus olhos medrosos de se fecharem.
O calor e a luz do sol e despertam novamente. Porém para minha tristeza, ainda estou na mesma ilha, e os tons de azul são os mesmos.
Os dias se passam, as bananas lentamente acabam. Mesmo sem espelho para comprovar, me sinto com uma aparência selvagem. O canivete se tornou minha arma mais poderosa. Pescava alguns peixes e caçava pássaros e pequenos roedores. Os palitos de fósforo me garantiam o fogo para assa-los e para me manter aquecida. Mas aquele elástico foi o mais útil de todos os utensílios. Com ele prendia e soltava meus longos cabelos já sujos, oleosos e muito embaraçados; fiz também um torniquete quando me cortei meu pé em uma pedra; ou ainda um estilingue que me auxiliou nas caçadas. Sem contar as inúmeras improvisações que ele me proporcionou.
Mais dias de passavam, e todos, com os mesmos tons de azul. Já começara a me esquecer das palavras, nem mesmo meu nome conseguia me lembrar.
O céu. O mar. Palmeiras, arbustos, pedras, areia. O assobio dos pássaros, do vento, o som das ondas. O gosto salgado no ar que respiro. Os mesmos tons de azul... O mar, a água, um barco... UM BARCO!!! Pego o último fósforo da caixa e coloco fogo em tudo que vejo, apara que eles pudessem me avistar. O barco de vira em minha direção, e eu solto grunhidos de alegria. Os marinheiros me socorrem. Já estou fraca, doente, com o pé infeccionado. Mas estou salva. Enfim estou salva. Aquele tormento, pesadelo, acabara. Os tripulantes tentam se comunicar comigo, e eu olhando para eles com ar de dúvida, sem entender o que diziam, lembrando-me de somente uma palavra disse “azul”.
E assim me apelidaram: Azul, a sobrevivente do desconhecido.