segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

Descartável




Sinto-me como um copo descartável. Aquele que tem toda festa, em toda empresa, em toda sala de espera. Já passei na mão de muitas pessoas, e elas sempre me utilizam de maneiras diferentes, mas no final sempre acabo no mesmo lugar, numa lata de lixo qualquer...Algumas pessoas são bem objetivas. Bebem em um só gole sua água ou café, e ainda com as últimas gotas do conteúdo me lançam na lixeira ao lado.
Outros bebem com calma, tentando aproveitar melhor, e após acabarem, na próxima oportunidade me descartam.
Outras me levam para uma roda de amigos, depois de beber meu conteúdo, e sem o que fazer, encontram em mim sua distração. Sou rasgado, amassado, mordido, picado em milhares de pedacinhos, até que de copo, passo a me chamar lixo, sujeira, resto e migalhas.
Outros ainda ousam em me levar para suas mesas, e reaproveita-lo durante o dia. Mas ao cair da noite, lá me encontro novamente, a caminho da lata de lixo, e ainda pensam “pra amanha pego um novo!”.

É difícil ser copo. Principalmente onde tem água. Porque quando ela acaba, percebo que eu, copo, não recebo mais nenhum olhar, nem pensamento. As pessoas querem água com copo ou sem copo, mas ninguém quer copo, nem que ali dentro já fora derramando o líquido mais deliciosamente refrescante.

Vivo então na esperança, de que alguém pense que sou sim, um copo, mas com um pouco de criatividade, pode me transformar em um objeto único e surpreendente, que possa trazer ainda mais luz e alegria a quem me admirar.
Para variar, só gostaria de cair na mão de alguém que pense em reciclagem...